COLUNA EPIs: Determinação da Resistência à Abrasão do Forro e Palmilha Interna
- marciele195
- 17 de abr.
- 2 min de leitura
Matheus W. da Luz - Supervisor de Produção do IBTeC
A resistência à abrasão do forro e da palmilha interna em calçados profissionais é um fator crítico para garantir a durabilidade, o conforto e a segurança do usuário. Recentemente, a norma ISO 20344:2021 trouxe atualizações significativas no método de ensaio de resistência à abrasão, utilizando o método de Determinação da resistência à brasão do forro e palmilha interna (ISO 20344:2021 + Emenda.1:2024 - Item 6.12).
Sendo a abrasão um dos principais fatores que contribuem para o desgaste prematuro de calçados profissionais, especialmente em ambientes de trabalho onde os calçados estão sujeitos a atritos constantes, o forro e a palmilha interna são componentes essenciais que entram em contato direto com os pés do usuário, e sua resistência à abrasão é crucial para manter a integridade do calçado e garantir o conforto ao longo do tempo.
O método martindale, conforme descrito na norma, é amplamente utilizado para avaliar a resistência à abrasão de materiais têxteis e de couro. O princípio do ensaio consiste em friccionar corpos de prova circulares contra um abrasivo de referência, sob pressão específica, com um movimento cíclico plano em forma de uma figura de Lissajous. Para tanto o ensaio de resistência à abrasão é realizado em duas condições:
- Seca: os corpos de prova são submetidos a 25.600 ciclos (forro da gáspea, forro lateral, insertos, colarinhos e palmilhas) ou 51.200 ciclos (forro traseiro).
- Úmida: os corpos de prova são submetidos a 12.800 ciclos (forro da gáspea, forro lateral, insertos, colarinhos e palmilhas) ou 25.600 ciclos (forro traseiro).
Após os ciclos de abrasão, os corpos de prova são inspecionados visualmente. Em sua versão anterior, que ainda se encontra em uso no Brasil (ABNT NBR ISO 20344:2015 - Item 6.12), só eram considerados em não conformidade com os parâmetros estipulados em norma os materiais que possuíssem furo(s) que se estendesse(m) por toda a espessura corpo de prova. Atualmente os materiais são considerados em não conformidade com os parâmetros estipulados em norma no ensaio quando apresentam furos, conforme os seguintes critérios:
- Revestimentos de membrana: furo na camada têxtil.
- Tecido duplo (3D): furo na camada externa (em contato com o pé).
- Tecido: furo ou rompimento de fios em uma direção.
- Malha: furo ou rompimento do fio base.
- Têxtil felpudo: furo na base do tecido.
- Couro: furo através da espessura.
- Materiais revestidos: furo pela espessura do revestimento.
A atualização da norma representa um avanço importante na garantia da qualidade e segurança dos calçados profissionais. Ao estabelecer métodos de ensaio mais rigorosos e critérios de avaliação mais detalhados, a norma visa a garantir que os calçados ofereçam proteção adequada em condições de uso realistas.
Para fabricantes, a adaptação a essas mudanças podem representar um desafio, mas também uma oportunidade para melhorar a qualidade de seus produtos. Para os usuários, a nova norma oferece a garantia de que os calçados disponíveis no mercado são mais duráveis e seguros, contribuindo para a prevenção de acidentes e lesões no ambiente de trabalho.
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