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IBTeC e Marluvas apresentaram a Fábrica Modelo de Segurança na FISP 2024


De 22 a 24 de outubro, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Marluvas Equipamentos Profissionais realizaram na Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp) a quarta edição do projeto Fábrica Modelo de Segurança. Instalado em um espaço de 700 m², o projeto possibilitou aos visitantes conhecerem como funciona uma linha de produção de EPI calçados.


No total, 50 fornecedores de máquinas, equipamentos, insumos, componentes e sistemas de controle de produção montaram em tempo real quatro modelos diferentes de calçados, que fazem parte da linha desenvolvida pela Marluvas.


De acordo com a diretora de portfólio e vendas internacionais da Fiera Milano Brasil, Regina Silva, o objetivo é estimular a indústria. “Essa parceria com o IBTeC é pensada nos projetos futuros, inovação e tecnologia. Pois, tudo isso é o que move a Fiera Milano. Fazer com que a geração de negócios venha a partir daqui, mas sempre apoiando a indústria e o instituto, que é superimportante para o nosso setor”, defende.


O presidente da Marluvas, Marcelo Arruda, agradeceu à Fiera Milano por investir e manter o que considera uma parceria de sucesso. “O trabalho da organização em manter essa tríplice parceria é muito importante, pois o trabalho realizado aqui engrandece o setor”, pontua.


Já o presidente executivo do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, destaca que “o projeto teve apoio do governo do Rio Grande do Sul, que cobriu os custos para que as empresas gaúchas pudessem comparecer e trazer seus equipamentos e expertise para o evento. As empresas de máquinas são todas do Rio Grande do Sul, então, elas puderam vir por causa desse subsídio”, comenta.


O presidente do IBTeC ainda visitou clientes e entidades do setor, além de ser convidado para dois podcasts — um da Revista Cipa e outro da Fábrica Podcast — e apresentar o recém-criado Comitê de Inovação da Animaseg, que é encabeçado pelo instituto visando ao desenvolvimento do setor de EPI.


Os calçados fabricados na feira serão doados


Os calçados produzidos pelo projeto serão doados para beneficiários ainda a serem definidos. No segundo dia da feira, o presidente executivo do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, fez a entrega simbólica dos calçados para o CEO da Marluvas, Marcelo Arruda, e a diretora de portfólio e vendas internacionais da Fiera Milano Brasil, Regina Silva.


Um dos calçados tem solado de PU bidensidade, cabedal de knit em poliéster e palmilha 50% reciclada de plástico de garrafa PET; outro tem cabedal de knit resistente ao corte, também produzido com palmilha higiênica 50% reciclada a partir de garrafas PET. O terceiro modelo recebe diversos atributos sustentáveis e tecnológicos em sua composição — contrafortes ecológicos, com fibras recicladas e fibras naturais; forração em não tecido para gáspea e suador; e palmilhas de montagem dubladas feitas a partir de fibras de garrafa PET. Já o quarto modelo tem cabedal em microfibras e aplicação de TPU por processo de alta frequência com a palmilha higiênica em PU poliéster.


As 24 empresas que participaram do projeto com apoio do governo gaúcho prospectam mais de R$ 7,8 milhões em negócios para os próximos 12 meses.


Desafios para inovar e Comitê de Inovação foram temas na feira


“Grande parte das organizações pensa que inovação é algo radical e difícil, mas isso não é necessariamente uma realidade. O importante é trazer resultados”, comentou o diretor da Delta Plus, Deivis Gonçalves, que apresentou as novas propostas de EPI calçados da empresa Delta durante minipalestra na Fisp. Ele também listou tecnologias que impactaram no cotidiano da sociedade nos últimos 15 anos, como Netflix, Booking.com, Google, iFood, Uber, Airbnb e YouTube. “O mundo em que vivemos está se transformando, e como está o setor de calçados?”, questionou o apresentador, considerando que o segmento de EPI calçados é bastante conservador, com pouca inovação, existindo um distanciamento entre os EPIs básicos e os calçados que se usam no dia a dia, principalmente nos quesitos design e conforto.


Um dos motivos principais para essa defasagem elencados por Deivis é a diferença de preço entre os modelos básicos e os que apresentam atributos de conforto e performance, especialmente os artigos esportivos. De acordo com ele, a Delta Plus percebe esta lacuna e investe para proporcionar segurança aos profissionais aliando conforto e design. Para comprovar sua afirmação, apresentou alguns modelos de calçados da Delta Plus, como um EPI com o cabedal feito em knit com o bico mais fino e uma bota militar que apresenta as propriedades de impermeabilidade e flexibilidade.

“A indústria precisa pensar diferente, propor desafios, mudar paradigmas e comportamentos”, enfatiza, lembrando que a inovação nos EPIs pode estar na fôrma, no forro, na palmilha ou até mesmo no bico do calçado.


Comitê de Inovação


Logo em seguida, o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Dr. Valdir Soldi, apresentou o Comitê de Inovação da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg). O comitê trabalhará com as indústrias de EPI calçados em temas como gestão de inovação em produtos, processos e materiais, sustentabilidade, participação em editais, projetos, Lei do Bem e outros sistemas de fomento ao setor.

O IBTeC é a instituição que vai conduzir os trabalhos de capacitação e orientar as indústrias para que possam aumentar a competitividade no mercado a partir desses conhecimentos e atualizações.


“Somos uma instituição com mais de 50 anos de vida, que nasceu para atender demandas do segmento calçadista. Hoje, o segmento de EPIs — desde o de luvas e vestimentas, mas principalmente o de calçados de segurança, proteção e ocupacionais — é o que mais nos traz demandas para testes, seja nos materiais ou nos produtos acabados. Desde a base até a construção final, o IBTeC auxilia as empresas a inovarem. E esse comitê é uma evolução de todo esse trabalho, que vai beneficiar muito as empresas participantes”, contextualizou.

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